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O caranguejo-ferradura (Limulus polyphemus) é um dos seres
vivos mais antigos que existem no planeta. Uma estranha criatura que
parece saída do filme "Alien", capaz de suportar até um ano sem se
alimentar e de resistir temperaturas e salinidades extremas. Um fóssil
vivente que habita nosso planeta desde há 445 milhões de anos antes
inclusive que os dinossauros.
Mas agora seu número se
encontra em decréscimo de forma lenta, mas constante, devido à mudança
climática, a pesca predatória e as capturas para as indústrias
farmacêuticas. Infelizmente para o bicho, seu cotado sangue azul tem
numerosos usos médicos e é utilizada para salvar inumeráveis vidas
humanas.
Desde 1950, quando cientistas descobriram que
o sangue de cor azul do caranguejo-ferradura se coagulava em contato
com as bactérias E.coli e Salmonela, as pesquisas nunca mais pararam.
Um destes últimos estudos se centrou em um peptídeo que os
caranguejos-ferradura elaboram e que inibe a replicação do Vírus da
Imunodeficiência Humana. Os ensaios pré-clínicos mostram que é tão
efetivo como a zidovudina, um medicamento clássico contra a AIDS.
Inclusive astronautas da NASA testaram na Estação Espacial
Internacional um dispositivo médico de alta tecnologia que utiliza
enzimas primitivas dos caranguejos de ferradura para o diagnóstico de
doenças humanas.
O segredo que faz que o sangue do caranguejo seja
de grande utilidade para a indústria biomédica está baseado na
simplicidade e efetividade de seu sistema imunológico. Uma verdadeira
cascata de enzimas, que produzem coagulação quando se encontram com o
material das paredes celulares da maioria das bactérias. Os
caranguejos-ferradura vivem sob constante ameaça da infecção em um
hábitat que pode conter milhares de milhões de bactérias por mililitro.
A
diferença dos seres humanos, os caranguejos não têm hemoglobina no
sangue, senão que utilizam a hemocianina para transportar oxigênio. E é
devido à presença de cobre na hemocianina e não de ferro, que o sangue
adquire a peculiar cor azul.
É tão importante este
sangue azul que provavelmente muitos de nós devemos a vida a estes
caranguejos. E não é um exagero já que o LAL (lisado de amebócitos de
Limulus) extrato aquoso de amebócitos do caranguejo é utilizado com
frequência em testes para detectar as endotoxinas bacterianas em
numerosos produtos farmacêuticos. Além de ser uma forma singela, barata
e segura para detectar impurezas é uma ferramenta importante no
desenvolvimento de novos antibióticos e vacinas.
O
sangue do caranguejo-ferradura não só se converteu em uma poderosa
"arma médica", também é um grande negócio. No mercado mundial, um litro
de sangue deste caranguejo tem um preço aproximado de 15.000 dólares.
Uma indústria que gera 50 milhões de dólares ao ano só nos EUA. Mas
isso empalidece em comparação com seu valor para a indústria
farmacêutica.
Para
obter o composto LAL, requer-se o sangue de ao menos 500.000
caranguejos ao ano, dos quais são extraídos ao redor de 100 mililitros
perfurando o pericárdio de seu primitivo coração. Durante o processo 15%
dos caranguejos morrem, os demais são devolvidos à água.
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