Super poderes criados pela ciência
Faz parte da natureza humana buscar os aspectos do folclore (e desenhos animados) que achamos mais intrigantes para torná-los reais. Esta é também a forma como a arte e a ciência interagem uma com a outra. Mentes criativas imaginam ideias como capas de invisibilidade enquanto mentes científicas procuram pôr estas ideias em prática.
Se você decidir experimentar sentir o que é ter superpoderes, dependendo de suas expectativas pode ser que fique bastante desapontado com as opções disponíveis. Por exemplo, a ciência ainda não conseguiu achar um meio de realizar uma viagem no tempo, teletransporte ou imortalidade, apesar de já haver pessoas trabalhando para isso.
No entanto, se você der uma olhada nesta lista poderá se surpreender com os poderes que a ciência proporcionou a nós, meros mortais. Conheça cinco deles.
Ver através das paredes
“Sai da frente, espelho sem aço!”. Conhece essa expressão? Esta é uma frase que você comumente fala para alguém que está na sua frente obstruindo sua visão. Várias empresas, porém, estão fazendo com que esta expressão torne-se obsoleta.
Por exemplo, o Xaver 800, produto da Camero, usa feixes de ondas milimétricas de radar para penetrar na parede e projetar imagens em 3D de qualquer coisa que esteja escondida por trás dela. De acordo com a empresa, paredes velhas ou novas, de tijolos ou blocos de concreto e até mesmo estruturas de vergalhões reforçados, entre outras, não são empecilhos para o Xaver 800; embora apenas o super-homem tenha a sua criptonita e o poder de ver através de um sólido contínuo, como o metal.
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Quando em uso, o aparelho ocupa uma área de 84 x 15 cm e pesa aproximadamente 15 kg [fonte: Camero - em inglês].
Outras empresas também estão entrando no ramo da visão de raio-X. A Physical Options Corporation oferece uma aparelho portátil chamado de LEXID que pode revelar contrabando escondido atrás de paredes, carros e outros compartimentos [fonte: Physical Optics Corporation - em inglês].
E para ajudar ainda mais, a ThruVision lançou a T5000, câmera que pode identificar diferentes materiais sob a roupa, plástico, gel, líquidos e principalmente armas, sem revelar detalhes “íntimos” do corpo da pessoa [fonte: ThruVision Systems - em inglês].
A grande maioria dessas empresas desenvolve seus produtos para o uso das forças policiais, militares, bombeiros, e segurança pessoal. Isso tudo pode vir a calhar, por exemplo, quando alguém é tomado como refém e os negociadores trabalham para que tudo termine da forma mais segura possível. Isso realmente parece uma atividade digna de um super-herói.
Desafiando a gravidade
Enquanto a maioria de nós está presa à força da gravidade, a evolução tem ajudado algumas criaturas, como a lagartixa (e o super-homem), a contornar tal força. A fim de garantir a própria sobrevivência, esses animais desenvolveram uma habilidade para “grudar” na grande maioria das paredes e tetos sem deixar para trás resíduo algum [fonte: NanoRobotics - em inglês].
Os cientistas têm trabalhado há anos para desenvolver um adesivo sintético que imita a viscosidade da lagartixa. Atualmente tal invenção está próxima de se tornar realidade graças a um novo método de uso do plástico que cria estruturas microscópicas similares [fonte: Voshart - em inglês].
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Tudo indica que o espaço será o primeiro destino para estes novos adesivos secos. A ideia é que esta tecnologia auxilie os robôs na exploração da fronteira. No entanto, é totalmente plausível que esse mesmo princípio possa vir eventualmente a ser aplicado para substituir os adesivos que todo mundo está acostumado a colar por aí [fontes: Voshart, Yang - em inglês]. Adeus fitas adesivas. Olá, pés pegajosos.
Não que você deva dizer adeus tão logo à sua fita adesiva. O design ainda não está muito bem aperfeiçoado, e um dos problemas atuais que estão travando o desenvolvimento é que em alguns casos o adesivo é tão grudento que fica difícil removê-lo uma vez aplicado. Esse superpoder ainda está em obras...
Força sobre-humana
O corpo humano pode ser condicionado a suportar ambientes extremos, mas algumas situações requerem uma força superior e além de nossas habilidades naturais. No campo de batalha, soldados precisam carregar cargas pesadas durante longos períodos através de terrenos ásperos. Então, para estender o limite do esforço físico, os cientistas têm desenvolvido uma tecnologia que permite suportar mais peso.
Os exoesqueletos da Berkley Bionics e Lockheed Martin's Human Universal Load Carrier (HULC) são um exemplo de tal inovação. HULC, através de suas pernas de titânio, faz na parte externa do esqueleto humano o mesmo que o adamantium fez no interior do esqueleto do Wolverine.
Suas pernas de titânio são montadas em uma armação que abriga uma unidade de potência e uma pequena placa de microcomputador. Uma das características mais impressionantes do HULC é que ele não requer joystick ou mecanismo algum de controle manual. Assim como a famosa roupa do Homem de Ferro, o dispositivo pode sentir os movimentos de quem está operando e reagir de acordo.
Para minimizar a tensão suportada pelo usuário, o projeto possui sistemas hidráulicos que fazem com que agachar e levantar tamanho peso seja tão simples como um piscar de olhos [fonte: Lockheed Martin - em inglês]. No momento, suas aplicações têm fins militares específicos, mas o “gigante” já está também começando a ser explorado para outros fins, como industriais e médicos [fonte: Berkeley Bionics - em inglês].
Desviando de balas
É muito pouco provável que você venha a ser mais rápido do que uma bala que atravessa o seu caminho. Mas se existisse uma invenção que fizesse você sentir quando algo desse tipo está vindo em sua direção, bem, isso seria algo e tanto. E se tal dispositivo também pudesse te livrar do perigo, certamente entraria no ranking dos mais impressionantes superpoderes criados pela ciência.
No início de 2009, a IBM registrou a patente do Bionic Body Armor, que daria conta de tais tarefas. O dispositivo envia pequenos choques aos músculos de quem o está portando, obrigando a pessoa a desviar do tiro de forma involuntária.
Pequenas armaduras já estão sendo desenvolvidas, como armaduras líquidas. Uma versão usa fluídos magnetoreológico (MFS), que engrossam quando expostos a um campo magnético, e outra usa fluídos que endurecem quando agitados ou golpeados fortemente por um objeto.
Com estas armaduras tornando-se cada vez mais refinadas, não há dúvidas de que o cenário das guerras sofrerá grande alteração. E enquanto elas ainda não tenham sido aperfeiçoadas a esse ponto, o valor em termos de vidas salvas é imensurável. É por isso que a armadura inteligente dará ao seu usuário um dos superpoderes mais impresssionantes.
Manipulando o tempo
Parte do que distingue o ser humano dos outros animais é nossa propensão a mudar o ambiente para acomodar nossas necessidades. Mas algumas coisas escapam de nosso controle, e o tempo é uma delas - a não ser que você seja o Storm (Tempestade) do X-Men. E quem não quer ser? Afinal de contas, imagine o quanto seria legal provocar um dia ensolarado em um piscar de olhos. Ou simplesmente gerar uma nevasca por que você está a fim?
Se nós tivéssemos o superpoder do Storm de manipular o tempo seríamos capazes até mesmo de evitar o aquecimento global. Pense nisso. Não somente conseguiríamos resfriar o planeta, como também poderíamos colocar fim às secas, e os fãs de esporte nunca mais seriam obrigados a enfrentar outro atraso no jogo em função da chuva.
Embora estejamos muito distante das habilidades mutantes do Storm, os cientistas têm uma técnica na manga para manipular o tempo: semear as nuvens.
A semeação de nuvens têm suas raízes nos Estados Unidos, nos anos 1940. Hoje em dia é usada para aumentar a precipitação, dispersar nuvens e nevoeiros, e suprimir chuva de granizo [fonte: NAWC - em inglês]. Dependendo do ambiente e dos objetivos, produtos químicos podem ser disparados a partir do solo ou lançados no ar, e existe uma grande variedade de agentes de semeação de nuvens, incluindo o iodeto de prata, sal e nitrato de amônia [fonte: NAWC - em inglês].
A Associação de Modificação do Tempo emitiu uma declaração, em julho de 2009, dizendo que a semeação de nuvens com o iodeto de prata não prejudica o meio ambiente e, além disso, estudos têm provado que o processo aumenta a precipitação em cerca de 30% em alguns casos [fonte: WMA - em inglês]. Com a habilidade de manipular o tempo em algumas ocasiões, os cientistas também estão na lista dos superpoderosos, porém, eles ainda têm um longo caminho pela frente.
Fonte:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/c
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